E, neste mundo composto de mudança, o Waffle evoluiu e cresceu. Se houver vontade para mais umas trincas, por favor visite-nos na nossa nova casa:
https://wafflecomchocolate.wordpress.com/
Até já, até sempre!
No decorrer dos dias, há que sonhar... seguir instintos e experimentar novas sensações. Porque viver faz parte da vida, o meu Waffle leva-vos à magia dos meus dias e dos locais que percorro: às pessoas que me inspiram! Espero que o saibam saborear. E que se inspirem. A sonhar (a acreditar!). A fazerem mais do que vos faz felizes. A amarem tudo o que a vida nos proporciona e é tão pessoal, tão nosso.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Balanço_
Silencia-se a alma. E no espaço que se encontra para sentir, transborda agradecimento numa alegria mansa. Entrelaçadas na memória, as lembranças jorram entre momentos díspares e antagónicos no sentimento. Mas o que prevalece são momentos felizes. De risos. De paz. Vividos no presente, sem pensar em mais do que no próximo minuto.
Um ano depois, cá estamos. A mesma hora, um local diferente. Este ano anseio regressar, tenho a saudade assolapada na alma. Há um ano, desejava ficar mais um pouco. Conhecer, explorar melhor. Mais!
A única constante na vida é mesmo a mudança...Tudo pode mudar em um instante apenas. Para melhor (e não é tão bom?!). Para pior. E ambos se gerem, entre amigos e abraços e pessoas que nos transportam ao colo como se fôssemos uma leve pena. Colos aquecidos com carinho e alegria, colos de irmãos.
A única constante na vida é a mudança. E nem te apercebes, por vezes, qual foi o instante que fez tudo ficar diferente. Sentimentos que não geres. Paciência que não tens afinal. Acredito que a amizade não prende, e que amigos ficam felizes quando o que veêm em nós se resume (não se limitando!) a alegria e sorrisos. A amizade é mais pura quando não cobra. Mas é difícil, sim, não querer prender aquilo que nos faz bem, alegres! Desapegarmo-nos é difícil quando o apego é grande... Grande porque sabe bem à alma.
Pássaros felizes, são pássaros que voam sem amarras. Ainda que gostem de ter laços para onde voltar. A sua casa. O seu ninho. Sinto saudades desses quatro pássaros juntos. (a minha casa durante meses e meses...) Neste momento do presente em que estou genuinamente feliz.
Mudança. Tudo o que aconteceu este ano. Foi duro. Cruel. Cravejado por momentos sem esperança. Com cheiro de amizade e bem querer. Com vida a rodear corpos inertes.
Sempre quis voar sem amarras. Mais longe e mais alto, sem querer saber do mundo. Só temos uma vida afinal...
Cheguei à conclusão. Que o essencial: a lição inabalável deste ano! Quero voar, com o meu sítio preferido do mundo, para onde voltar. Para voar comigo. Que quer saber, afinal, desse tal brilho do meu olhar.
É verdade. Sim... Não foi o mundo que mudou... Fui eu.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Chego a casa e descalço as sapatilhas. Aquelas do treino. Meias rosa porque a vida precisa ter cor, meias pretas porque afinal há alguma seriedade na vida. Apercebi-me hoje que é este momento, em que os meus pés estão descalços e as sapatilhas jazem descoordenadas no chão, o momento. Aquele em que eu me auto-avalio e me apercebo. O que fiz, o que poderia ter feito mais, o que poderia ter feito melhor. O que progredi. O que regredi. Por vezes sorrio. Outras não. Ocasionalmente caem algumas lágrimas. Tudo faz parte...
Eu não sei porque sou tão exigente comigo própria. Porque é que procuro a perfeição dentro dos parâmetros que defino e ignoro tudo o que fica aquém. Não é bem ignorar. Falhar tem um sabor amargo, do qual eu preciso para seguir em frente no dia seguinte, mais focada. Mais motivada. Não gosto desse sabor, nem deste sentimento, mas aprendi a abraçá-lo e a percebê-lo. De um modo que reconheço que por vezes, mais vale ignorá-lo. E tentar de novo amanhã. Ou depois. Ou depois. Dar tempo ao tempo e não desistir!
Acredito que a vida é semelhante ao desporto. Ainda que colorida, deve ter aquela pitada de seriedade. Por isso vos escrevo hoje... Porque às vezes os dias são cinzentos. Mas se aprendermos a olhar os raios de sol que se escapam das nuvens, e acreditarmos o suficiente... Bem, se não desistirmos dos nossos sonhos: tudo pode acontecer! Não é?!!
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Perto de tudo. Longe de tudo.
O Alentejo sempre me fascinou. A calmaria e o aproveitar do dia. O sol, o calor, o deserto que se adia, a imensidão que nos atrai. Dizer numa hora o que se resume em cinco minutos. Há muitos anos andei por lá, e não os entendi. As gentes do Alentejo! A pasmaceira. O demorar no espaço e nas horas, resignadamente, no calor abrasador. Mas ficou o fascínio. A curiosidade. Desde sempre. Este ano voltei, sem ser de mochila às costas, mas com vontade de ir e ver. Tratar a curiosidade por tu e avançar trilhos fora.
Sei, (sem saber) o que nos levou ao Zmar. Há sempre motivos e razões que nos levam a este ou àquele sítio, quando na verdade o Zmar aconteceu porque tinha que ser. Não é que estivesse escrito nas estrelas, mas é perfeito para o que queríamos saborear. Perto de tudo o que queríamos fazer. Longe de tudo o que nos distrai a mente do que acontece à nossa volta (dentro de nós, sabem?)
No alpendre do Zmonte, podemos saborear o pôr do sol sobre os montes alentejanos, enquanto ouvimos os burros a zurrar, incomodados com as ovelhas, e a luz da lua se reflete no lago. O lago dos cisnes e dos patos felizes. É uma calmaria do campo, com o cheiro característico do Alentejo, que nos deixa com o sentimento que pertencemos àquele sítio, naquela hora. E, quando a luz finalmente se esbate, com o céu escuro (já não corado!), refletem-se no lago os quadradinhos dourados das Zvillas ou dos Zqualquercoisa que se encontram do outro lado. Parece um quadro para guardarmos no coração, daqueles que tem cheiros e sons e risos entrelaçados nas conversas.
É este quadro que me invade muitas vezes a mente. O mais simples de todos. Feliz. Fascinou-me e fez-me entender. As gentes, essas, do Alentejo.
Sei, (sem saber) o que nos levou ao Zmar. Há sempre motivos e razões que nos levam a este ou àquele sítio, quando na verdade o Zmar aconteceu porque tinha que ser. Não é que estivesse escrito nas estrelas, mas é perfeito para o que queríamos saborear. Perto de tudo o que queríamos fazer. Longe de tudo o que nos distrai a mente do que acontece à nossa volta (dentro de nós, sabem?)
No alpendre do Zmonte, podemos saborear o pôr do sol sobre os montes alentejanos, enquanto ouvimos os burros a zurrar, incomodados com as ovelhas, e a luz da lua se reflete no lago. O lago dos cisnes e dos patos felizes. É uma calmaria do campo, com o cheiro característico do Alentejo, que nos deixa com o sentimento que pertencemos àquele sítio, naquela hora. E, quando a luz finalmente se esbate, com o céu escuro (já não corado!), refletem-se no lago os quadradinhos dourados das Zvillas ou dos Zqualquercoisa que se encontram do outro lado. Parece um quadro para guardarmos no coração, daqueles que tem cheiros e sons e risos entrelaçados nas conversas.
É este quadro que me invade muitas vezes a mente. O mais simples de todos. Feliz. Fascinou-me e fez-me entender. As gentes, essas, do Alentejo.
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Garra: paixão!
O que acontece na cabeça de um campeão no momento em que entra na arena e é tempo de acção? Acredito que vencer é coisa de quem se eleva além de si, e está disposto a arriscar mais um pouco além do racional. Além do que acredita ele próprio conseguir. Coisa de quem se eleva e se supera: (para) além de si mesmo. Anulando medos. Incrementando vontades. Certezas. Na sua zona de conforto, um campeão move o mundo, fora dela... transforma-o! No dia-a-dia de nós, comuns mortais, acredito ser possível incrementar força no que fazemos, pela simples paixão de fazer o que fazemos, e fazê-lo melhor que ninguém. Já imaginaram a possibilidade de mover o mundo na nossa zona de conforto? E de transformá-lo, fora dela? É demais (não vos parece?)!
Há algo inerente a todos nós, independentemente da nossa raça, credo, do que fazemos. Aquilo que amamos fazer, temos tendência a fazer mais. A fazer melhor. A dispor de tempo suficiente a repetir desalmadamente um processo até à exaustão até que eventualmente sejamos relativamente bons naquilo que fazemos. Neste momento: podem estar a pensar no vosso trabalho ou num hobbie... O que quer que seja, tenho a certeza que é algo onde imprimem o vosso ser. Algo que faz com que o tempo corra, mas que fique sempre igual. Apenas vocês ficam melhores. O que quer que seja que vos faz ficar assim, nesse mundo perfeito onde não há tempo nem espaço: vale a pena! E se deixarem a vossa mente navegar pela imensidão de pessoas que vocês conhecem, aquelas que amam a vida e amam o que fazem, saltam na vossa memória. Como pipocas! Não é? O brilho no olhar, o sorriso no canto do lábio, as piadas no final de um dia exaustivo (mas que passou sem dar por isso)!
Na verdade, eu não sei o que acontece na cabeça de um campeão. Muito menos no momento em que entra na arena e é tempo de acção. Sei apenas uma coisa. Nunca vi um único campeão, que não tivesse esse brilho no olhar. Esse de quem ama o que faz.
Há algo inerente a todos nós, independentemente da nossa raça, credo, do que fazemos. Aquilo que amamos fazer, temos tendência a fazer mais. A fazer melhor. A dispor de tempo suficiente a repetir desalmadamente um processo até à exaustão até que eventualmente sejamos relativamente bons naquilo que fazemos. Neste momento: podem estar a pensar no vosso trabalho ou num hobbie... O que quer que seja, tenho a certeza que é algo onde imprimem o vosso ser. Algo que faz com que o tempo corra, mas que fique sempre igual. Apenas vocês ficam melhores. O que quer que seja que vos faz ficar assim, nesse mundo perfeito onde não há tempo nem espaço: vale a pena! E se deixarem a vossa mente navegar pela imensidão de pessoas que vocês conhecem, aquelas que amam a vida e amam o que fazem, saltam na vossa memória. Como pipocas! Não é? O brilho no olhar, o sorriso no canto do lábio, as piadas no final de um dia exaustivo (mas que passou sem dar por isso)!
Na verdade, eu não sei o que acontece na cabeça de um campeão. Muito menos no momento em que entra na arena e é tempo de acção. Sei apenas uma coisa. Nunca vi um único campeão, que não tivesse esse brilho no olhar. Esse de quem ama o que faz.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Valor_
Vivemos dias curtos, embora longos nos afazeres. O tempo é de calma, e o mundo de confusão. Estabelecemos um ritmo, mas então é esse ritmo que acelera e que nos define. Tudo muda, a todo o segundo. E, no entanto, tanto parece igual. Tudo até, talvez. Um dia dás conta e decidiste ser tu e viver para ti. Ter a tua calma, a tal calma na alma. Os planos não têm assim tanta importãncia, até porque agora fazes o que te dá na real gana. O que apetece. Rodeias-te das pessoas que querem estar presentes na tua vida, e das coisas que amas fazer. E o resto? A vida não se faz de restos, por isso, nem interessa. Vives em paz com a constatação de que há pessoas que adoras e admiras, mas cujo percurso não é próximo do teu. E continuas a adorá-las e a admirá-las por todo o seu percurso de coragem e bem-viver, porque são inspiradoras para ti, mas não precisas necessariamente de as ter por perto. Não mesmo. É que o tempo não dá para tudo. Não podes ir a todos os sítios que queres. Não podes alimentar todas as amizades que gostarias de alimentar. Nem estar com todas as pessoas que marcaram a tua vida mas seguiram rumos diferentes. Não mesmo. E então, vais fazendo escolhas. Estás com quem queres e quer estar contigo. Nos dias bons e nos dias maus. Para a galhofa e para as lágrimas. Aquelas pessoas que literalmente te aturam e se preocupam contigo. E ficas feliz. Sabiam que há demasiada gente que não tem (nem!) uma pessoa assim na vida! Triste. Mas não para ti. Tu sentes-te bem com o que tens, e o que te falta nem faz assim tanta falta. Curioso, não é?
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Hey you, pick me up!
Pelo caminho do local onde construo sorrisos até ao local onde o meu sorriso se refaz e completa, são dois minutos, no meu carrinho de menininha. Saio da clínica ainda a pensar no que tenho a fazer, nos casos do dia, nas piadas, ironias e nos comportamentos dos meus miúdos, mas o meu pensamento facilmente dispersa e se dirige para a box. A Openbox. Curiosamente, penso sempre mais ou menos no mesmo. Nunca sei qual é o treino do dia e, como tal, vagueio sobre o que me apetece fazer mais. E menos. E aquele treino do qual vou fu-gir-a-se-te-pés! Nunca fujo, ainda que não apeteça.
E entretanto chego. Ouve-se a música cá fora, e já se ouvem barras a cair pelo chão. É um som que é familiar e me faz sorrir, mais ou menos como o som dos compressores da cadeira ou o som da turbina (é impressionante como podemos adorar coisas que outros odeiam, não é?).
Não me é fácil distanciar-me daquilo que está perto, e é por isso que me faltam as palavras. É que no momento em que iniciamos o treino, o mundo desaparece. Ficas só tu e o teu treino. A tua postura, o peso que vais usar, as mãos transpiradas imersas em pó e o suor que se vai espalhando por tudo o que é lugar. É apenas nisso que pensas. O mundo desaparece e fica o desafio. Fazeres aquilo a que te propões, usando os meios que tens ao dispor. E fica uma ténue linha, que por vezes se esborrata, e não consegues perceber se és tu que estás a fazer o treino ou se é ele que te faz a ti. Te faz mais forte. Te faz mais focado. Te faz mais perspicaz. Te faz mais. Mais! E, na mesma dimensão, seja pela libertação de adrenalina ou endorfinas, ou pela satisfação que a superação te traz, o teu dia fica mais completo, melhor.
Não quero fazer poesia acerca disto do Crossfit, até porque parece que isto é coisa de duros. Mas é que são duros daqueles com brilho no olhar e bondade no coração. Duros daqueles que dá gosto. Os que têm uma palavra amiga e sabem sempre o que dizer. E, ainda que não saibam, estão lá. E isso basta, sabiam?
E entretanto chego. Ouve-se a música cá fora, e já se ouvem barras a cair pelo chão. É um som que é familiar e me faz sorrir, mais ou menos como o som dos compressores da cadeira ou o som da turbina (é impressionante como podemos adorar coisas que outros odeiam, não é?).
Não me é fácil distanciar-me daquilo que está perto, e é por isso que me faltam as palavras. É que no momento em que iniciamos o treino, o mundo desaparece. Ficas só tu e o teu treino. A tua postura, o peso que vais usar, as mãos transpiradas imersas em pó e o suor que se vai espalhando por tudo o que é lugar. É apenas nisso que pensas. O mundo desaparece e fica o desafio. Fazeres aquilo a que te propões, usando os meios que tens ao dispor. E fica uma ténue linha, que por vezes se esborrata, e não consegues perceber se és tu que estás a fazer o treino ou se é ele que te faz a ti. Te faz mais forte. Te faz mais focado. Te faz mais perspicaz. Te faz mais. Mais! E, na mesma dimensão, seja pela libertação de adrenalina ou endorfinas, ou pela satisfação que a superação te traz, o teu dia fica mais completo, melhor.
Não quero fazer poesia acerca disto do Crossfit, até porque parece que isto é coisa de duros. Mas é que são duros daqueles com brilho no olhar e bondade no coração. Duros daqueles que dá gosto. Os que têm uma palavra amiga e sabem sempre o que dizer. E, ainda que não saibam, estão lá. E isso basta, sabiam?
A Openbox tornou-se um porto seguro e uma forma de navegar no meio dos imprevistos do dia-a-dia. Naquelas ondas demasiado fortes que nos lançam ao mar. Tão fundo que, quando abrimos os olhos, não sabemos se a superfície fica para cima ou para baixo. Naquelas ondas simpáticas de Verão. Tão doces que nos fazem rir de sol a sol. As marés da vida.
quarta-feira, 18 de março de 2015
O sol voltou e dourou a minha pele. As sardas começam a ficar pontos mais escuros dispersos pela face e depois lá no meio estão os meus olhos. Que ficam escondidos pelas sardas e ainda bem. É que (sabem?) os olhos nunca mentem, e por vezes não apetece que nos perguntem se está tudo bem. Aquele tudo bem sentido, o tal das entranhas, que vem sincero querendo saber o que esconde o nosso sorriso alegre. Gosto do calor na minha pele, e gosto das conversas longas que já não sabem a frio, mas a vida. Sabem a momentos perdidos que recuperamos sofregamente depois de meses a fio sem reacção. Sabem a bolos quentes, acabadinhos de fazer, com o cheirinho que invade o prédio todo.
'- Cacau, sente-se o cheiro da tua casa desde o elevador.' É o cheiro de vida e de bolos, de biscoitos e alegria. De uma quiche feita com carinho, meia ensarilhada nos ingredientes, mas cujo sabor sabe bem e sempre a pouco. Sabe a bem-querer. Sabe a viver. E viver é bom. Não é?
'- Cacau, sente-se o cheiro da tua casa desde o elevador.' É o cheiro de vida e de bolos, de biscoitos e alegria. De uma quiche feita com carinho, meia ensarilhada nos ingredientes, mas cujo sabor sabe bem e sempre a pouco. Sabe a bem-querer. Sabe a viver. E viver é bom. Não é?
Uma manhã. Uma tarde. Dois casais. Um casal "nos vinte". Um casal "nos enta" (oitenta!). Quatro pessoas felizes com a vida. Dois casais de realidades sociais opostas. A manhã preenchida com perguntas sobre os certificados a inglês da dona (eu!), que aliviam o medo e fazem confiar na escolha da doutora para a namorada. Um à-vontade educado, simpático, que me deixa de sorriso franco nos lábios. A tarde preenchida com um casal diferente. Um senhor delicado e uma senhora que lhe repetia as minhas palavras, "para ele perceber bem Doutora, que ele não ouve muito bem". Uma senhora cuidadosa e deliciosa que pergunta muitas coisas e arregala os olhos para nos ouvir, como que assimilasse assim melhor a informação.
Um ano que começou. E a vida que não é uma festa. Mas há festas na vida. Este dia soube a festa. Sei lá eu porquê...
Um ano que começou. E a vida que não é uma festa. Mas há festas na vida. Este dia soube a festa. Sei lá eu porquê...
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Olá João!
'Long time, no see...'
Seria uma boa expressão para utilizar, mas... se é verdade que nunca passou tanto tempo sem que falássemos, não minto quando digo que a tua presença é uma constante na minha vida. Como poderia ser de outro modo? Como será que se está longe de alguém que nos motiva diariamente na construção dos nossos sonhos, mantendo o sorriso inabalável de quem acredita que as coisas vão dar certo? Como se aceita (quando acreditamos com as nossas entranhas a palpitar que tudo acontece por um motivo) tudo aquilo que aconteceu? Como se gere este sentimento de luta pelos nossos sonhos e ao mesmo tempo o sentimento de desânimo pelo inesperado que a vida traz e nos mutila? Eu não sei. Estou a descobrir acho...
(E depois há dias em que tudo parece irreal, e penso que estás numa caverninha, derretendo neve e comendo folhecas. Quem sabe afinal?)
Sabes que não tenho corrido? As montanhas começam a chamar, mas eu não sei se sou capaz. Fico a olhar para as minhas sapatilhas de trail (aquelas verdes, da moda, lembras-te?) e penso se tudo continuará a fazer sentido, lá em cima. Talvez seja medo. Mas sem medo... não há coragem, lembras-te? Os dias seguiram outro rumo, e continuo a treinar na Openbox, aquela de que te falei. Lá encontrei mais. Encontrei força para continuar. Partes do meu corpo que eu desconhecia. Até estou a tentar ser menos trapalhona vê lá tu... Nah, que lá é tudo pesado e faz mossa no corpinho!
(Às vezes, aquela box sabe a Marão, sabias? Não te rias, juro que sabe: até me consigo sentir feliz!)
Sinto saudades da tua voz. Às vezes, saio do treino e seria hora de te contar tudo. E tu me chamares louca, e dizeres que eu havia era de correr, porque o meu lugar é nesse teu mundo. Mundo esse que também é louco, e incompreendido pelos milhares de pessoas que apostam nos 'treinos do sofá', e que te apontaram o dedo por teres ido sozinho, desafiar os teus limites.
(Eu não sabia que tu tinhas limites para desafiar, sabias?)
Nesses dias, e no caminho (às vezes tão longo) para casa, percebo que já não posso falar contigo como antes, e não é raro que as lágrimas saltem pelos meus olhos descontroladamente. A música tende a aumentar de som nestas alturas, mas a luz dos semáforos mantém-se desfocada, até que eu chegue a casa. Esses dias... começam a ser menos frequentes. Passei a ficar mais tempo na box depois do treino e acabei por substituir as lágrimas por risos (que ainda não são dobrados), porque tu não sabes, mas aquele pessoal é demais! E depois, chego a casa, e tenho amigos (e um cão) que me animam os serões.
(Sim. Naquele studio onde eu moro, assim minúsculo, cabe mesmo muita gente, sabes? Não esbugalhes os olhos, que é assim mesmo como eu digo!)
A vidinha corre. Eu aproveito o máximo que posso de cada dia, mas anseio o dia em que o meu sorriso condiga com o brilho do meu olhar e com o sentimento do meu coração. Isso ainda não acontece, porque parece que está sempre lá uma sombra a enegrecer o meu coração. Mas... racionalmente, percebo: essa sombra é, afinal uma Luz! A prova viva de que conheço alguém que vale a pena conhecer. Alguém que deixou tudo para arriscar num sonho, para viver o sonho de pedalar e galgar cada pedaço de terra neste planeta, sem grandes luxos. Apenas o privilégio de chegar aonde muitos de nós nem sonham. És a prova Viva de que vale a pena viver para concretizar os nossos sonhos, e materializá-los de uma forma humana e linda como só tu sabias fazer.
Até já, João.
Seria uma boa expressão para utilizar, mas... se é verdade que nunca passou tanto tempo sem que falássemos, não minto quando digo que a tua presença é uma constante na minha vida. Como poderia ser de outro modo? Como será que se está longe de alguém que nos motiva diariamente na construção dos nossos sonhos, mantendo o sorriso inabalável de quem acredita que as coisas vão dar certo? Como se aceita (quando acreditamos com as nossas entranhas a palpitar que tudo acontece por um motivo) tudo aquilo que aconteceu? Como se gere este sentimento de luta pelos nossos sonhos e ao mesmo tempo o sentimento de desânimo pelo inesperado que a vida traz e nos mutila? Eu não sei. Estou a descobrir acho...
(E depois há dias em que tudo parece irreal, e penso que estás numa caverninha, derretendo neve e comendo folhecas. Quem sabe afinal?)
Sabes que não tenho corrido? As montanhas começam a chamar, mas eu não sei se sou capaz. Fico a olhar para as minhas sapatilhas de trail (aquelas verdes, da moda, lembras-te?) e penso se tudo continuará a fazer sentido, lá em cima. Talvez seja medo. Mas sem medo... não há coragem, lembras-te? Os dias seguiram outro rumo, e continuo a treinar na Openbox, aquela de que te falei. Lá encontrei mais. Encontrei força para continuar. Partes do meu corpo que eu desconhecia. Até estou a tentar ser menos trapalhona vê lá tu... Nah, que lá é tudo pesado e faz mossa no corpinho!
(Às vezes, aquela box sabe a Marão, sabias? Não te rias, juro que sabe: até me consigo sentir feliz!)
Sinto saudades da tua voz. Às vezes, saio do treino e seria hora de te contar tudo. E tu me chamares louca, e dizeres que eu havia era de correr, porque o meu lugar é nesse teu mundo. Mundo esse que também é louco, e incompreendido pelos milhares de pessoas que apostam nos 'treinos do sofá', e que te apontaram o dedo por teres ido sozinho, desafiar os teus limites.
(Eu não sabia que tu tinhas limites para desafiar, sabias?)
Nesses dias, e no caminho (às vezes tão longo) para casa, percebo que já não posso falar contigo como antes, e não é raro que as lágrimas saltem pelos meus olhos descontroladamente. A música tende a aumentar de som nestas alturas, mas a luz dos semáforos mantém-se desfocada, até que eu chegue a casa. Esses dias... começam a ser menos frequentes. Passei a ficar mais tempo na box depois do treino e acabei por substituir as lágrimas por risos (que ainda não são dobrados), porque tu não sabes, mas aquele pessoal é demais! E depois, chego a casa, e tenho amigos (e um cão) que me animam os serões.
(Sim. Naquele studio onde eu moro, assim minúsculo, cabe mesmo muita gente, sabes? Não esbugalhes os olhos, que é assim mesmo como eu digo!)
A vidinha corre. Eu aproveito o máximo que posso de cada dia, mas anseio o dia em que o meu sorriso condiga com o brilho do meu olhar e com o sentimento do meu coração. Isso ainda não acontece, porque parece que está sempre lá uma sombra a enegrecer o meu coração. Mas... racionalmente, percebo: essa sombra é, afinal uma Luz! A prova viva de que conheço alguém que vale a pena conhecer. Alguém que deixou tudo para arriscar num sonho, para viver o sonho de pedalar e galgar cada pedaço de terra neste planeta, sem grandes luxos. Apenas o privilégio de chegar aonde muitos de nós nem sonham. És a prova Viva de que vale a pena viver para concretizar os nossos sonhos, e materializá-los de uma forma humana e linda como só tu sabias fazer.
Até já, João.
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