E entretanto chego. Ouve-se a música cá fora, e já se ouvem barras a cair pelo chão. É um som que é familiar e me faz sorrir, mais ou menos como o som dos compressores da cadeira ou o som da turbina (é impressionante como podemos adorar coisas que outros odeiam, não é?).
Não me é fácil distanciar-me daquilo que está perto, e é por isso que me faltam as palavras. É que no momento em que iniciamos o treino, o mundo desaparece. Ficas só tu e o teu treino. A tua postura, o peso que vais usar, as mãos transpiradas imersas em pó e o suor que se vai espalhando por tudo o que é lugar. É apenas nisso que pensas. O mundo desaparece e fica o desafio. Fazeres aquilo a que te propões, usando os meios que tens ao dispor. E fica uma ténue linha, que por vezes se esborrata, e não consegues perceber se és tu que estás a fazer o treino ou se é ele que te faz a ti. Te faz mais forte. Te faz mais focado. Te faz mais perspicaz. Te faz mais. Mais! E, na mesma dimensão, seja pela libertação de adrenalina ou endorfinas, ou pela satisfação que a superação te traz, o teu dia fica mais completo, melhor.
Não quero fazer poesia acerca disto do Crossfit, até porque parece que isto é coisa de duros. Mas é que são duros daqueles com brilho no olhar e bondade no coração. Duros daqueles que dá gosto. Os que têm uma palavra amiga e sabem sempre o que dizer. E, ainda que não saibam, estão lá. E isso basta, sabiam?
A Openbox tornou-se um porto seguro e uma forma de navegar no meio dos imprevistos do dia-a-dia. Naquelas ondas demasiado fortes que nos lançam ao mar. Tão fundo que, quando abrimos os olhos, não sabemos se a superfície fica para cima ou para baixo. Naquelas ondas simpáticas de Verão. Tão doces que nos fazem rir de sol a sol. As marés da vida.
1 comentário:
sabe bem ter sócios assim..torna a box tão mais quentinha * beijo FERRAZ
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