Saudade. Daquela
miudinha que nos faz morrer, mas sorrir por cada momento que passou. Que nos
rasga um bocadinho, e que enquanto rasga liberta todo o amor que nos liga a alguém
que partiu. Aquela que surge sem saber de onde, porque o sol brilhou ou o vento
nos afagou o cabelo. O carro vermelho que, ao passar, nos lembra aquele momento
específico em que cantávamos enquanto atravessávamos uma rua. Mas a saudade, a que
não dói. Aquela que resulta de um luto inesperado e que, com os dias, e as
horas que passam incansavelmente, se transforma em agridoce. Amarga porque
existe e é irremediável. Doce porque algo existiu que mudou a nossa vida para
sempre. É esta a saudade que sinto quando penso na minha avó. Até já, Avó!