Sente-se a estação que muda. O ar é quente e o vento não é fresco... Até parece Verão! A cada passo, o recomeço.
Setembro sempre simbolizou o início do ano para mim. É de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro que delineio objectivos, mas é em Setembro que avalio o ano. Os planos. Os objectivos. Para onde (por onde!) seguir. Aqui e ali testemunha-se a mudança. Estudantes na praxe vendem patas de galinha (a sério que venderam uma por 20€?), casais dão a mão enquanto se ouve a batida de uma música brasileira incoerente com o momento. Turistas esperam para entrarem nos barcos que deambulam sobre o Douro. E eu caminho.
Passa-me pela cabeça tanta coisa que aconteceu durante este ano. Os planos que tinha, realizados a 95%. Bem bom, para quem mudou a sua vida em tantos aspectos. Tanto mudou. Tão bom! É tanto permanece igual, só que melhor. O que é delicioso. À minha volta, nas outras pessoas, acho que Setembro talvez funcione de modo semelhante. Em vez de escolhermos canetas e cadernos, olhamos para nós e vemos a nossa evolução espelhada no tempo. Em momentos. Em escolhas. Em avanços e retrocessos.
Os amigos que surgiram e os que perdemos. Os que gostaríamos de poder manter por perto, mas que por um motivo ou outro não conseguimos... Talvez seja demasiado difícil para suportar. Os que se mantêm perto mas que sabemos... de amigos, têm apenas a curiosidade. Ou o interesse... Ou aqueles que se revelaram demasiado diferentes do que pensávamos (ou seriam os meus óculos cor-de-rosa que olhavam para eles com ar de sonho e boa vontade?). E os que gosto mais: os de sempre! São de sempre, ainda que os conheça há um mês ou há dez anos. Querem sempre saber como estamos, e se o nosso sorriso é mesmo sincero. E partilham, até os momentos mais efémeros e estranhos das suas vidas connosco. E nós com eles! São estes, os que fazem sentido, e fazem tudo valer a pena! São a eterna surpresa e maravilha da vida!
Tanto mudou, que eu não mudei nada. Cozinho mais um pouco. Recomecei os treinos. Tenho imensos planos, e hão-de surgir algumas desculpas. Daquelas sentidas. Algumas hão-de ser reais (a tal da contratura!): tão reais que chateiam que 'tolhe', mas que já ninguém leva a sério. Nem mesmo eu! Gosto mais de rir, e suporto cada vez menos mentiras. Adoro batalhas pessoais e seguir de perto homens comuns que se erguem das cinzas contra tudo e contra todos. Vou sempre amar desafios!
É Setembro nesta cidade. E no meu coração é Primavera. Os dias passam mais rápido, mas os momentos são mais vividos, e duram mais. Gosto da minha vida assim.
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