quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A porta fechou aos solavancos por trás de mim. ''Não és a pessoa que conheci um dia'', ouvia ainda ao longe como que a murmurar, como que a gritar para que os meus sentidos acordassem daquele limbo silencioso. Não resultou e segui indiferente pelo dia fora, como quem não percebe que, num mísero minuto, tudo acabou. Horas descontraídas. Gargalhadas sincronizadas. Mãos entrelaçadas em dias frios e cinzentos. Dias infinitos de alegria comum, transformadas em indiferença no olhar. Fizemos maratonas vertiginosas para entregar mais um projecto e vender mais uma casa. E a vida correu, correndo connosco para longe um do outro.

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