quarta-feira, 18 de março de 2015

O sol voltou e dourou a minha pele. As sardas começam a ficar pontos mais escuros dispersos pela face e depois lá no meio estão os meus olhos. Que ficam escondidos pelas sardas e ainda bem. É que (sabem?) os olhos nunca mentem, e por vezes não apetece que nos perguntem se está tudo bem. Aquele tudo bem sentido, o tal das entranhas, que vem sincero querendo saber o que esconde o nosso sorriso alegre. Gosto do calor na minha pele, e gosto das conversas longas que já não sabem a frio, mas a vida. Sabem a momentos perdidos que recuperamos sofregamente depois de meses a fio sem reacção. Sabem a bolos quentes, acabadinhos de fazer, com o cheirinho que invade o prédio todo.
'- Cacau, sente-se o cheiro da tua casa desde o elevador.' É o cheiro de vida e de bolos, de biscoitos e alegria. De uma quiche feita com carinho, meia ensarilhada nos ingredientes, mas cujo sabor sabe bem e sempre a pouco. Sabe a bem-querer. Sabe a viver. E viver é bom. Não é?  

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