Olhamos para os outros e esperamos. Esperamos atitudes e modos de agir. Criamos expectativas, sobre um castelo de areia construído bem juntinho ao mar; e quando as ondas as abatem violentamente... ficamos tristes. Revoltados. Exasperados.
Nunca somos o que esperam de nós. Podemos transformar-nos em mais. Ou ficar bem aquém do esperado. Mas nunca (nunca!) somos aquilo que esperam de nós. Porquê? Simples... simples! Quanto tempo demora até conheceres verdadeiramente alguém? Nem uma vida toda! O 'eu' deste momento, é diferente de mim há dez anos atrás, e diferente também daqui a dez anos... Quem diz dez, diz dois... Tanto (nos) muda em tão pouco tempo! As expectativas que fazes, nos míseros dias em que conheces alguém, não podem refletir toda a sua vivência passada... Sabes lá quantas vezes chorei e porquê... Sabes lá o sentido deste humor negro, deste frio modo de ser! O que se esconde por trás dos nossos muros, nem sempre é perceptível... e todos temos tendência a proteger o nosso lado lunar. O que está, afinal, escondido no nosso discurso?
É bem verdade que é mais feliz quem não pensa muito. Quem saboreia momentos, como quem saboreia morangos. Ou um waffle com chocolate. Salta de momento em momento, sendo pleno. Mas sente? Atreve-se a sentir ou vive em modo automático? Será (que é mesmo feliz)?
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