quinta-feira, 29 de outubro de 2009


Senti assim o teu abraço. A tua carícia pelas minhas costas, matando a saudade de quem quer sentir incansavelmente o sabor dos meus lábios e da minha pele. Foi um abraço terno, de pura meiguice, de total encanto. Um momento que se destaca na memória do tempo e dos dias... Houvesse uma maneira de me prender, de nos prender, naquele momento. Em que o passado, o futuro e o presente se misturam e desfazem em desculpas vãs... Silenciosas. Como nós. Pudesse o tempo apagar o ruído e a cor desses dias, em que os corpos se afastam e se magoam incansavelmente, infinitamente. Já não sei se é a memória de ti que me atrai, há anos infindos, ou se é uma memória tua que nunca existiu... Conheço-te como a mim. Melhor até, talvez... Conheço? A dúvida permanece... Será assim o amor? Ou é apenas e só algo que não me dou ao luxo de deixar acontecer porque... porque... porque não.

Foi um momento o em que pousaste mais de leve que pensar a tua mão, e a retiraste. Senti ou não?

Senti ou não? Sem ti, ou não?

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